Creio que a maioria de nós ouve a palavra dieta e acha automaticamente que é um regime alimentar para emagrecer. Mas na verdade, isso está longe de ser verdade, porque a palavra “dieta” deriva do termo grego “diaita” que significa estilo de vida equilibrado. E a Dieta Mediterrânica é precisamente isso, um estilo de vida!
Já ouvimos falar várias vezes da Dieta Mediterrânica, sabemos que aconselha o uso de azeite e tal… mas na verdade, esta dieta - considerada uma das dietas mais saudáveis do mundo - é muito mais do que um conjunto de pautas alimentares, ela promove um estilo de vida saudável, a biodiversidade, a ecologia, o exercício físico e o convívio, entre outros.
Diversos estudos científicos sugerem que este tipo de dieta se associa a uma maior longevidade e diminuição de risco de desenvolvimento de diversas doenças. Estas são algumas das evidências nesse sentido:
> a adesão à Dieta Mediterrânica é associada a uma melhor qualidade de vida em termos de saúde, sobretudo ao nível da saúde mental. (1)
> os alimentos tradicionais da Dieta Mediterrânica e o seu conceito apresentam-se como um excelente modelo de sustentabilidade para a região mediterrânica. (2) A Dieta Mediterrânica utiliza há milhares de anos os conceitos mais recentes da economia circular.
> a adesão à Dieta Mediterrânica é associada a uma menor adiposidade (acumulação de gordura) total e local. (3)
> a adesão à Dieta Mediterrânica poderá resultar numa redução considerável da mortalidade, sobretudo ao nível das doenças cardiovaculares e acidente vascular cerebral, aparecimento ou incidência de cancro, e incidência de doença de Parkinson e doença de Alzheimer. (4)
> um tratamento comportamental baseado em padrões mediterrânicos promove a perda de peso e a manutenção de um peso saudável, prevenindo ou tratando assim a obesidade. (5)
> a adesão à Dieta Mediterrânica poderá estar relacionada com uma redução do risco de défice cognitivo e demência? (6)
> A Dieta Mediterrânica é efectiva na redução de aterosclerose/trombose e do risco de complicações coronárias fatais, funcionando como um importante meio de prevenção. (7)
> o consumo de azeite extra virgem em quantidades moderadas poderá favorecer a diminuição do risco do cancro da mama. (8)
> a Dieta Mediterrânica poderá reduzir a dor, rigidez e actividade da doença em doentes com artrite inflamatória. (9)
Vejamos então os pilares da Dieta Mediterrânica e o que ela aconselha:
consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e oleaginosos);
consumo de produtos frescos , pouco processados e locais, respeitando a sua sazonalidade;
utilização do azeite como principal gordura para cozinhar ou temperar alimentos;
consumo baixo a moderado de lacticínios;
consumo frequente de pescado e baixo e pouco frequente de carnes vermelhas;
consumo de água como a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as refeições principais;
realização de confecções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções certas;
prática de actividade física diária;
fazer as refeições em família ou entre amigos, promovendo a convivência entre as pessoas à mesa.
A World Health Organization – WHO/ Organização Mundial de Saúde considerou a dieta mediterrânica como um padrão alimentar de excelência pela sua qualidade nutricional e importância na prevenção das doenças e promoção da saúde comunitária.
Artigos e evidências científicas retiradas do e-book nº34: “Dieta Mediterrânica – um padrão de alimentação saudável “ da Associação Portuguesa dos Nutricionistas.
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