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Foto do escritorMaria João Lopes

Sou naturopata, não sou médica.

Atualizado: 10 de abr. de 2020


Recentemente encontrei um blog de um médico que consiste sobretudo em desacreditar e quase ridicularizar as terapias complementares, desde a acupuntura à naturopatia, mas sobretudo a naturopatia.

Entristeceu-me ler tudo aquilo sobre a minha profissão, mas sobretudo senti pena por alguém ser tão fechado e tão fundamentalista.

Devo dizer que sou a primeira a defender uma formação mais intensiva, extensa e profunda dos profissionais das terapias não convencionais, assim como a criação de licenciaturas reconhecidas pelo Estado de modo a garantir uma maior qualidade dos profissionais. Também sou a primeira a defender que as pessoas se informem muito bem sobre o terapeuta que pretendem consultar, pois não é uma bata branca que faz um profissional de saúde.

A questão reside em saber onde estamos e o que realmente representamos.

Somos profissionais de terapias complementares e tal como o nome indica somos um complemento a algo, não somos uma substituição.

Sou naturopata, não sou médica, não pretendo ser, não finjo ser, nem ajo como tal.

Incentivo os meus pacientes a irem ao médico, a fazerem exames e análises.

Não pretendo substituir o médico nem nunca pretendi, e sobretudo sou consciente das capacidades e das limitações da naturopatia.

Sabem porque sou naturopata e porque escolhi este caminho?

Porque perdi os meus pais na minha juventude, e durante todo o processo da doença deles, vi claramente a agressividade dos tratamentos, vi a desinformação que existia em relação às alternativas naturais, em relação à alimentação, assim como a impotência dos médicos quando já não tinham mais ferramentas para além da quimioterapia ou da radioterapia. Lembro-me de estar no hospital e pensar várias vezes: "tem que existir algo mais… tem que existir algo mais para além disto, algo que ajude na prevenção, algo que nos equilibre a outros níveis." No último ano da minha licenciatura, iniciei um curso de cozinha macrobiótica, na tentativa de aprender como a alimentação pode ser o nosso primeiro “medicamento”, um caminho que me conduziu anos mais tarde a estudar naturopatia, shiatsu, homeopatia, kinesiologia, entre outras terapias.

Entretanto já se passaram mais de 20 anos, felizmente a ciência já fez novas descobertas, a medicina evoluiu e já existem tratamentos mais eficazes, mas ainda assim, tudo seria melhor se a comunidade científica integrasse nos seus tratamentos ferramentas que as terapias complementares apresentam e que funcionam! Se não criássemos um muro entre os dois mundos (que no fundo são um só) tudo seria mais fácil e existiria certamente menos desinformação.

Conheço médicos que prescrevem homeopatia e suplementos naturais e alguns até estudaram naturopatia! Uma nova consciência ganha terreno. Consciência de que não somos só um mero corpo físico. Temos que parar de achar que as doenças surgem só porque tivemos azar… Existem um conjunto de factores que quando alinhados e associados permitem que a doença se manifeste! E é nesse conjunto de factores que naturopatia actua de um modo preventivo e/ou regulador.

Segundo a Portaria n.º 207-A/2014, a Naturopatia: “(...) é a terapêutica que estuda as propriedades e aplicações dos elementos naturais, a fim de prevenir a doença e manter, promover e restaurar a saúde, recorrendo ainda ao aconselhamento dietético naturopático e à orientação sobre estilos de vida e utilizando a fitoterapia, a homeopatia, a hidroterapia, a geoterapia, as terapias da manipulação e outros métodos afins.”

Na naturopatia, consideramos a vertente bioquímica, mas também a bioenergética de cada pessoa, acreditamos que a doença pode surgir pela associação de diversos fatores (físicos, mentais e energéticos) e sobretudo pretendemos corrigir as causas do desequilíbrio e não apenas anular o sintoma. Como? Através da implementação de hábitos alimentares saudáveis, de suplementos naturais à base de plantas, da aprendizagem de métodos para a gestão do stress e bem-estar mental, da prática de exercício físico e do contacto com a natureza, tudo isto envolvendo ativamente o paciente no seu processo de recuperação da saúde.

As terapias complementares são para mim fundamentais - como complemento - no equilíbrio do Homem enquanto um ser holístico, composto por um corpo, mente e espírito.

E enquanto escrevo este texto há um frase que ecoa na minha mente.

"Juntos seriamos mais fortes.

Juntos chegaríamos mais longe."

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