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Foto do escritorMaria João Lopes

Pele, o órgão mais extenso do corpo humano. (parte II)

Atualizado: 10 de abr. de 2020


Photo Drew Graham on Unsplash

Na primeira parte deste artigo falei sobre o que deveríamos fazer, e também o que deveríamos evitar, para o bom estado da nossa pele. Nesta segunda parte, irei falar sobre os nutrientes essenciais que devemos ingerir diariamente para o bom estado da pele, assim como as substâncias nocivas que devemos conhecer e deste modo evitar nos produtos de higiene e beleza.

Alimentos essenciais que devemos introduzir na nossa alimentação para o bom estado da pele: Aipo

Útil na psoríase, devido ao psoraleno, que funciona como um protector da pele (também presente na cenoura, citrinos e funcho).

Abacate

Pela riqueza em Omega 6 e vitaminas do grupo B. É altamente indicado para combater o envelhecimento da pele e deve ser utilizado externamente em máscaras, para peles secas e com rugas.

Agrião (1)

Indicado sobretudo em eczemas e nos casos de acne.

Sementes oleaginosas (abóbora, girassol, linhaça, chia, cânhamo)

Ricas em ómega 3 e ómega 6 (são anti-inflamatórios e evitam uma pele com aspecto seco e descamado), zinco e vitamina E.

Frutas silvestres e frutas ricas em vitamina C

Os flavonóides, antioxidantes com propriedades anti-inflamatórias, fortalecem o tecido conjuntivo, aumentando a resistência capilar.

Couves (2)

São uma excelente fonte de enxofre, vitamina C e carotenos (potentes antioxidantes) e diversos minerais, entre eles o cálcio. São muito ricas em clorofila (acção purificante ao nível do sangue e capacidade cicatrizante e reconstrutiva dos tecidos), sobretudo as de cor verde escuro.

Pepino

Efeito diurético, depurativo e alcalinizante. Pelo seu alto conteúdo em água, é um excelente hidratante, a nível interno e externo.

Rabanete

Indicado pela sua riqueza em enxofre (fundamental na formação e manutenção da pele, unhas e cabelo) e pelo efeito depurativo.

Levedura Nutricional (3)

Contém quase todas vitaminas do complexo B, o que a torna num suplemento ideal para a pele, cabelo e unhas; é uma fonte de proteína vegetal e é rica em crómio e selénio. Pode ser consumida por pessoas com candidíase, contrariamente à levedura de cerveja.

Cogumelo Shiitake (Ganoderma Lucidum)

Efeito bactericida, rico em zinco ( e por isso óptimo para os casos de acne) e um excelente protector hepático.

(1) o agrião não deverá ser consumido cru diariamente, ao ser rico em glicosinatos (substância que reduz a capacidade do organismo captar iodo) pode ser prejudicial para o bom funcionamento da tiróide. (2) evitar ao máximo o consumo de couves cruas, uma vez que estas são ricas em glicosinatos. No caso de consumir couves cruas não o faça diariamente e consuma algas na mesma refeição. (3) Os diabéticos devem controlar os níveis de glicose ao tomar levedura de cerveja ou levedura nutricional. As pessoas com ácido úrico elevado deverão evitar tomar qualquer uma das duas.

A maioria das substâncias que aplicamos na pele são absorvidas pela camada mais superficial e levadas até às camadas mais profundas, onde serão absorvidas e levadas ao sangue. As três camadas, encontram-se em estreita comunicação e é por isso que a maioria das substâncias aplicadas na epiderme passam à derme e consequentemente são absorvidas pelos capilares e levadas ao sangue. Deste modo, devemos ter cuidado com os produtos que aplicamos na nossa pele, incluindo cremes, desodorizantes, champôs, desmaquilhantes, etc. Quanto mais natural e mais simples for a sua composição, melhor. No entanto isto não significa que tudo o que encontramos na farmácia ou no supermercado com um rótulo que diga 100% natural, ou até mesmo os produtos à venda em ervanárias sejam todos de qualidade, infelizmente isto não é verdade. Temos que aprender a ler a composição do produto para sabermos se o que realmente vamos comprar é de qualidade.

X Substâncias a evitar: (sim... há que ler as letrinhas pequenas dos rótulos!)

BCIP ou IPBC (iodopropynyl butylcarbamate)

É um conservante que pode irritar a pele e causar alergias se a sua concentração for elevada e caso seja aplicado em grandes extensões na pele. Está proibido o seu uso em crianças menores de 3 anos.

Formaldeído (formaldehyde ou Methylene Glycol)

Utilizado como conservante, pode ser irritante para o sistema respiratório, olhos, bem como para a pele e o sistema gastrointestinal. Esta listado como cancerígeno nas listas da IARC ( International Agency for Research on Cancer).

Lauril sulfato de sódio (sodium lauryl sulfate ou sodium laureth sulfate)

É um detergente barato e eficaz, com efeito desengordurante, utilizado em muitos produtos de higiene diária. O seu efeito desengordurante é tão alto que pode causar irritação na pele e piorar os casos de dermatites, eczemas e acne nas peles mais sensíveis.

Metil Isotiazolinona (isothiazolinone)

É mais um dos conservantes utilizados sobretudo em champôs, pode causar irritação e dermatite de contacto.

Parabenos: Metil, etil, propil e butilparabenos (parabens)

São conservantes bastantes utilizados na indústria cosmética, que impedem a proliferação de bactérias nos produtos. Até aqui tudo bem. O problema é que estas substâncias têm a capacidade de actuar como estrogénios no nosso corpo, ou seja, imitam a actividade dos estrogénios, de tal modo que foram encontrados parabenos em tumores de mama analisados, daí a possível ligação dos parabenos com o cancro de mama (no entanto são necessários mais estudos para comprovar esta relação).

Alumínio

Os produtos de higiene diária com mais concentração de sais de alumínio são os desodorizantes (especialmente nos antitranspirantes). Apesar dos estudos não serem conclusivos sobre o efeito cancerígeno do alumínio, existem suspeitas de uma relação com o cancro de mama, assim como certos casos de Alzheimer. Ainda que sejam suspeitas, aconselho a que opte por desodorizantes livres de alumínio, que são fáceis de encontrar hoje em dia, basta lermos o rótulo!

Talco (Talc)

Presente na infância da maioria de nós, o talco é algo a evitar, sobretudo pelas mulheres. Está classificado como possível cancerígeno pela IARC ( International Agency for Research on Cancer), sobretudo quando utilizado na zona genital, estando relacionado com o cancro de ovário.


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